quarta-feira, 24 de maio de 2017

"FILHO DAS MALVINAS" PM é Campeão Brasileiro de Jiu-jitsu

Rafael Ronkalli, 27 anos de idade, é a criança que ‘mentiu’ em casa em busca de um sonho e hoje se torna o orgulho da família, do bairro das Malvinas e da Polícia Militar. Filho do bairro e guerreiro da farda, Rafael se consagrou campeão no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, realizado nos dias 20 e 21 de maio, em Fortaleza (CE).


Ele tinha um amigo pagodeiro que estava querendo vender um kimono ou trocar a indumentária de lutador num pandeiro. Como desejava adquirir a vestimenta e começar a treinar, mas não sabia a reação da mãe, disse em casa que gostaria de ganhar um pandeiro “para tocar no grupo da igreja”. Seu pedido foi atendido, mas a promessa foi quebrada. O presente foi direto às mãos do amigo dono do kimono, para a troca que deu início à história do mais novo campeão brasileiro de jiu-jitsu.

O título foi disputado por atletas dos Estados Unidos, Argentina, Iugoslávia, Chile e, claro, de vários estados brasileiros. Fruto de muita dedicação e disciplina, o primeiríssimo lugar veio parar nas mãos das Malvinas e da PM.

“Primeiro, porque eu nasci e me criei aqui no bairro, onde várias pessoas nos ajudam da maneira que podem. Segundo, agradeço demais o apoio da minha Instituição, nas pessoas do coronel Lamarck e do tenente Wesley, que, mais do que superiores hierárquicos, foram amigos nesse processo. Gostaria muito de mencionar todos os que nos ajudam, mas é quase impossível”, disse Rafael, em entrevista ao MALVINAS ONLINE.

O atleta, que investe pessoalmente em torno de R$ 900,00 por mês para se manter firme no esporte, percorreu 12 horas de ônibus até Fortaleza, com o foco na grande vitória. Ele subiu ao pódio por três vezes, uma delas na categoria Absoluto.

Único representante da Polícia Militar no campeonato, Ronkalli foi muito bem acolhido pela PM do Ceará, que não lhe deixou faltar alojamento nem transporte de ida e volta ao local do evento. “Lembro que na execução do Hino Nacional, apenas eu prestava continência. É uma emoção indescritível”, declarou.

O campeão faz parte da equipe Alavanca de Campina Grande, que tem à frente o professor Rúlio Areda. Amante incondicional do esporte, Rafael lamenta que o setor seja tão esquecido pelo poder público.

“A começar pelo nosso próprio bairro, onde as quadras das escolas estão abandonadas. Tem campeão Olímpico no Brasil recebendo uma miséria. É preciso ter muita força de vontade para ser um atleta neste país”, desabafou o homem que desde criança aprendeu a driblar eventuais obstáculos, em busca do seu sonho.

Fonte: Malvinas Online

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